Este é um blog de microcontos. Limite máximo de 129 caracteres. Quanto à pontuação. O único sinal usado será o ponto final.

quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

nº 13

Tem milhares de guarda-chuvas. Pretos. Azuis. Rosto da Madona. Sempre esquecidos em algum lugar. Então. É ele quem acha. Todos.

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Nº 12

Não devia fazer. Fez. Quando acordou ligou para ele. Disse que a saudade era imensa. Até doía. Mentira. O que doía era o remorso.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Nº 11

Era fotógrafa. Mas não usava o laboratório. Tinha medo do escuro. Desde aquela noite de sábado. Quando tinha seis anos.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Nº 10

É fácil. O da direita acelera. Do meio freia. E o da esquerda para marcha. Fácil é passar rímel arrumando a saia. Pensou ela.

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Nº 09

Recobrando os sentidos lembrou-se da compra da tábua de carne. Plástico não. De madeira é melhor amor. Por que deixei. Pensou.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Nº 08

Um tiro. Foi ao chão. E os letreiros de sua vida subiram.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Nº 07

Uma pasta. Duas pastas. Três pastas. E o burocrata se despenteia.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Nº 06

Acabou. Disse ele. E o vinho na boca da moça consubstanciou-se em mar morto.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Nº 05

Sábado quente. A vida de convívio não a comoveu. Pegou um batom e dois pratos. Foi embora. Diaba. Pensou ele. Logo os de prata.

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

O menino perguntou. Ainda é noite. Não. Respondeu ela. E correram para a porta. Como se pudessem calar o dia.


A coleirinha pousou na goiabeira. O menino viu. Em ouvido de menino ele buzina. Pedra na mão. Pensou. Deus perdoa.


Um balcão. Um conhaque. Um cigarro. Uma música. 71 vem à cabeça. As armas. O nome falso. Os choques. Outro trago. Dos dois.


Olhou para estante. Viu Cortázar. Lembrou-se de Laura. Em Neruda. Joana. Kafka. Clara. Orwell. Sofia. Uma pinacoteca.